Os dois anos
de existência da Editora Pública da Dalcídio Jurandir, da Imprensa Oficial do
Estado do Pará (Ioepa), foram lembrados em uma sessão especial da Assembleia
Legislativa do Estado do Pará (Alepa) nesta quinta-feira (25), no Auditório João Batista, das 10h ao meio-dia. A editora foi homenageada pelos dois anos de serviços
prestados à promoção, divulgação e fomento da literatura e da cultura paraenses.
A homenagem foi solicitada pelo deputado Carlos Bordalo (PT), presidente da
Comissão de Direitos Humanos e do Consumidor da Alepa e contou com a presença
de autoridades do governo do Estado e da Prefeitura de Belém, representantes das
universidades, escritores, servidores da Ieopa, educadores e integrantes da
sociedade civil.
A mesa da
sessão foi formada pelo deputado Carlos Bordalo, que presidiu a sessão; Jorge
Panzera, presidente da Ieopa; Moisés Alves, editor e coordenador da Editora
Dalcídio Jurandir; Rodrigo Moraes, secretário de Habitação de Belém (Sehab);
Elana Silva, agente distrital de Iocaraci; Gilmar Pereira da Silva, vice-reitor
da Universidade Federal do Pará (UFPA); e Anderson Maia, diretor do Centro de
Ciências Sociais e Educação (CCSE) da Universidade do Estado do Pará (Uepa).
Moisés Alves
fez um histórico de todas as atividades da editora desde a criação, pela
assinatura do decreto de criação assinado pelo governador Helder Barbalho em 24
de julho de 2019, durante a 23ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes,
no Hangar, até os das de hoje. Moisés lembrou todos os processos que culminaram
na elaboração, lançamento e culminância do Edital Prêmio de Literatura Dalcídio
Jurandir, ressaltou a importância do trabalho da equipe da editora, recordou o
início de gestão no qual Rodrigo Moraes capitaneou a editora e destacou a
criação de uma política pública voltada ao livro e à leitura, e que fomenta a
literatura, além de incentivar a cultura e o conhecimento no Estado do Pará.
“Tudo isso e muito mais foi resultado de uma vontade e do trabalho do
governador Helder Barbalho, do nosso presidente Jorge Panzera e, não menos importante,
do apoio da sociedade, dos escritores e de nossa equipe da editora”, disse
Moisés Alves.
PROJETO DE
LEI - O coordenador da Editora Pública Dalcídio Jurandir, lembrou que nesses
dois anos de atividades, a Ioepa desenvolveu várias ações ligadas à promoção da
literatura com o lançamento de editais públicos, produção de livros de autores
fora de catálogo, obras comerciais e valorização das produções científicas.
Ele deixou
como sugestão à Alepa a transformação do decreto de criação da Editora Dalcídio
Jurandir (Decreto nº 272, de 24 de agosto de 2019) em um projeto de lei, e que
o Legislativo estadual crie, assim, uma política de Estado perene voltada à
literatura paraense. “Isso vai dar segurança a autores e autoras do Pará de que
a Editora Dalcídio Jurandir vai se manter atuante e cumprindo seu dever,
independentemente de governos que venham a assumir posteriormente a gestão
estadual”, disse Moisés Alves.
Todos os
componentes da mesa fizeram uso da palavra e destacaram a importância que a
Ioepa e a editora pública têm alcançado na publicação de obras científicas, de
autores fora de catálogo, de pesquisadores, de obras memorialísticas etc,
tornando-se uma referência no campo literário e editorial do Estado do Pará.
Entre os
convidados, Rodrigo Moraes, da Sehab, lembrou que foi o primeiro coordenador da
editora pública e destacou a importância dos autores para a existência dela.
“Não haveria editora sem os nossos autores porque esse trabalho não é feito a
duas mãos, mas uma construção coletiva. Então, eu lembro aqui, que o que
fizemos foi a reconstrução de uma política pública de editar e imprimir livros,
que só foi possível com a participação dos nossos escritores”, argumentou
Rodrigo Moraes.
DEPOIMENTOS
- Dois escritores também fizeram uso da palavra para homenagear a “Dalcídio
Jurandir” e agradecer pela chance de terem suas obras publicadas: Milena Lima
Costa e Nelson Maués. “Eu sou uma escritora autista, que tinha um sonho: ter
meu livro publicado. A Imprensa Oficial fez isso para mim. Quero agradecer aqui
a oportunidade de ter meu livro publicado”, disse Milena.
Já Nelson
Maués fez um discurso breve, mas emocionado: “Recebi muitos nãos quando tentei
publicar meu livro ‘De Belém a Xangai’. Todas as portas foram fechadas pra mim,
todos diziam que meu livro não era importante. A Editora Dalcídio Jurandir
acreditou na minha obra, foi a única a me abrir as portas e hoje eu sei que meu
livro é importante. Muito obrigado”.
EXPERIÊNCIA VITORIOSA
- Jorge Panzera afirmou que a experiência de dois anos da Editora Pública
Dalcídio Jurandir é extremamente vitoriosa. Ele lembrou que a Ioepa instituiu
uma política pública, que vem apresentando novos títulos à disposição do
público leitor e afirmando uma identidade do Pará ao publicar livros e
valorizar os seus autores. “Vale ressaltar que em 2019, o livro ‘Flauta de
Bambu’, de Haroldo Maranhão, foi o nosso principal livro lançado na Feira. Este
ano, teremos como lançamento principal os livros dos editais públicos, premiando
autores em prosa e poesia. São 11 livros do Dalcídio Jurandir e seis do Edital
Científico da Uepa. Também faremos lançamentos diversos durante os cinco dias
da Feira do Livro deste ano. Somando os dois anos da editora, vamos chegar a 70
livros lançados e, até fevereiro de 2022, ao centésimo livro da editora”,
informou o presidente da Ioepa, Jorge Panzera.
CIRCULAÇÃO -
Ele destacou ainda a importância da Ioepa em seus 131 anos de história e de
trabalho. Lembrou que a Imprensa Oficial publica livros desde a década de 60,
mas que o estabelecimento de um edital cria uma nova forma de democratização da
literatura, de acesso dos autores à publicação, por ser um mecanismo de
transparência. Panzera ressaltou ainda a importância do Portal do Conhecimento
e da editora pública dentro das ações da Ioepa.
Para
finalizar, o presidente da Ioepa disse que um dos próximos objetivos da
autarquia e da editora é criar um instrumento para garantir a circulação das
obras dos escritores. “Descobrimos que a publicação é importante e deve ser
incentivada, mas nós sabemos que nesse momento há muitos autores com caixas
cheias de livros sem saber como fazer para que suas obras circulem pelo Pará.
Então, vamos trabalhar para isso em 2022”, anunciou Panzera
DIREITO
HUMANO - O proponente da sessão especial, Carlos Bordalo, destacou o trabalho
da atual gestão da Ioepa na ressignificação do papel da autarquia. “A Imprensa
Oficial sempre teve um papel de destaque na história e na política de nosso
Estado. A atual gestão ressignifica o papel da Ioepa além do papel protocolar,
com várias ações que vinculam a edição de livros à circulação e fruição da
cultura. A Ioepa e sua editora vêm se destacando como espaço no qual a
sociedade tem acesso à literatura em todas as vertentes e estilos. E garantir o
acesso a isso é também um direito humano”, opinou o parlamentar.
De forma
simbólica e para marcar a data, os autores do Edital Científico da Uepa
receberam cada um seu livro impresso (as obras já foram publicadas em forma de
e-books feitos pela editora pública).
Moisés Alves
também divulgou o catálogo contendo as obras dos livros dos dois editais, dos
dois anos da editora e do acervo da
Ioepa. O catálogo será distribuído durante a 25ª Feira do Livro e das
Multivozes, de 1 a 5 de dezembro de 2021, na Arena Guilherme Paraense
(Mangueirinho), em Belém.
Fonte: Ioepa e Agência Pará