O Pará perdeu no último sábado, dia 10 de agosto, o advogado Jorge Lopes de Farias, em uma complicação no pós-operatório de um procedimento cardíaco. Conhecido como defensor ferrenho de causas sociais e sempre ao lado dos trabalhadores, Jorge Farias partiu de forma repentina, deixando em luto seus muitos admiradores e amigos. A servidora da Imprensa Oficial do Estado, a jornalista Arilda Carvalho, era esposa do advogado, o que tornou para nós, seus companheiros de trabalho, a notícia ainda mais triste e dolorosa.
Nascido em uma comunidade quilombola do município de Mocajuba, interior do Estado do Pará, Jorge Farias veio Belém para estudar, enfronhando-se ainda como estudante, no final da década de 70 e início da de 80, no movimento estudantil. Já como advogado Jorge Farias atuou de forma militante nos casos dos assassinatos de João Canuto de Oliveira, Paulo Fonteles, Expedito Ribeiro de Souza e de tantos outros.
Farias assumiu a Delegacia Regional do Trabalho no Pará, sucedendo a deputada Socorro Gomes. Deu prosseguimento ao combate ao trabalho escravo e foi intransigente na defesa dos direitos dos trabalhadores. No Governo Ana Júlia (2007-2010) foi Coordenador de Igualdade Racial, na Secretaria de Justiça e Direitos Humanos.
Na Ordem dos Advogados do Brasil atuou nas Comissões de Direitos Humanos e na Comissão de Defesa da Igualdade Racial e da Etnia e Direitos Quilombola, da qual era presidente. Foi dirigente da União de Negros pela Igualdade (Unegro) no Pará e membro de sua direção nacional.
“Por onde passou, Jorge Farias foi um exemplo. Homem simples do povo, de uma generosidade que não cabia no seu grande coração, a gentileza em pessoa. Mas incansável na luta, incapaz de ver uma injustiça e não reagir com a firmeza dos justos. O exemplo de Jorge Lopes de Farias ficará semeado na luta dos trabalhadores, na luta por justiça, pelos direitos humanos e pela vida. Jorge travou o bom combate, lutou a luta dos justos. Que o exemplo de seu coração generoso seja conforto para seus familiares, para sua esposa e para os filhos”, disse Jorge Panzera, presidente da Ioepa.
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