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Ioepa entrega cartilhas sobre saberes e práticas de povos tradicionais
27/01/2021
Eduardo Rosas/Ascom Ioepa
Lica Oliveira (Editora pública), Moisés Alves (coordenador da editora), Vanderlúcia Ponte (professora e pesquisadora da Faculdade de História da UFPA-Bragança) e Jorge Panzera (presidente da Ioepa)
Eduardo Rosas/Ascom Ioepa
"Karuwar é espírito" - os saberes Tenetehar-Tembé , "Nessa comunidade que se chama Itamoari" - saberes e práticas e "Nossas raízes" - ervas medicinais e territorialidade Tembé.

Obras da série Sabores e Patrimônios Culturais da Amazônia serão usadas em escolas públicas e indígenas 

O resgate das tradições e da cultura das populações indígenas e quilombolas da região de Bragança, nordeste do Pará, é o principal foco da série Sabores e Patrimônios Culturais da Amazônia, pelo Grupo de Pesquisas Interculturais Pará-Maranhão (Geipam), da Faculdade de História, do campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) do município de Bragança. 
A Imprensa Oficial do Estado do Pará, por meio da Editora Pública Dalcídio Jurandir, fez a entrega na quarta-feira (27) de três cartilhas da série à professora Vanderlúcia da Silva Ponte, que  explicou que essas publicações darão início a um trabalho educativo voltado a professores dos municípios e aldeias indígenas atendidas pelo Geipam e pelos pesquisadores da UFPA. 

A entrega foi feita pelo presidente da Ioepa, Jorge Panzera, e pelo coordenador da editora, Moisés Alves. O presidente da Ioepa destacou o aspecto de interiorização das ações da Imprensa Oficial, que atende aos parâmetros adotados pelo atual gestão do governo do Estado e complementou: “A entrega dessas obras nos deixam orgulhosos por reforçar o nosso apoio à produção acadêmica e científica, tornando-a mais acessível ao público em geral. Além disso, a divulgação do trabalho e da cultura dos povos tradicionais também faz parte de nossa política pública de atuação, seja da Ioepa, seja do governo do Estado”.

Já Moisés Alves, da editora da Ioepa, disse que foi uma honra editar o trabalho do Geipam. “Sentimo-nos honrados em fazer essa parceria com a Faculdade de História – Campus de Bragança, publicando esse trabalho, que tem uma grande importância para a sociedade paraense, resgatando a história dos costumes, saberes e práticas de populações originárias e tradicionais. Quando falamos de indígenas e quilombolas, para nós da Editora da Ioepa, olhamos com um foco de prioridade esse resgate do patrimônio cultural paraense e da Amazônia”, opinou Moisés Alves. 

Foram publicadas 1.000 cartilhas, com os títulos: "Karuwar é espírito" - os saberes Tenetehar-Tembé , "Nessa comunidade que se chama Itamoari" - saberes e práticas e  "Nossas raízes" - ervas medicinais e territorialidade Tembé.  A professora Vanderlúcia da Silva Ponte contou que as cartilhas foram surgindo a partir de demandas, angústias e lugares de falas do conjunto de aldeias do município bragantino (Sede, Ytuaçu, Piuno’á e Ypuidõ), do quilombo Itamoari e da associação Agitasy.  “Tudo começou com os velhos índios que se sentiram desprezados com a chegada dos remédios, médicos e enfermeiros. Eles sentiam que seu conhecimento ancestral ia se perder. A cartilha ‘Nossas raízes’ faz esse apanhado de conhecimento de erveiras e pajés sobre esse assunto. As outras duas obras também seguem o mesmo princípio de preservar saberes e tradições”, informou Valderlúcia.

A professora reforçou a importância da preservação cultural e o impacto na educação que as obras vão causar, já que o material será usado nas escolas públicas e indígenas da região bragantina. “Ainda haverá outras cartilhas, sobre outros aspectos da vida, costumes, arte e cultura dos povos tradicionais que o Geipam convive e trabalha”, anunciou Vanderlúcia da Silva Ponte.

Texto: Ailson Braga 
Fotos: Eduardo Rosas

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