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Ioepa abre estande com presença do governador
02/12/2021
O estande da Imprensa Oficial do Estado do Pará (Ioepa) teve um primeiro dia movimentado nesta quarta-feira (1º), na abertura da 24ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes, na Arena Guilherme Paraense, o Mangueirinho, com a realização de oficina, exposição e lançamento de três livros. O governador Helder Barbalho visitou o estande e destacou a importância do trabalho desenvolvido pela autarquia. "A Imprensa Oficial se  mantém como um dos pilares no setor da comunicação em nosso Estado, por meio da divulgação dos atos governamentais e publicidade dos nosso decretos, e também leva adiante, promove, produz e fomenta a cultura, por meio da sua política pública do livro", disse Helder Barbalho.

 

O presidente Ioepa, Jorge Panzera, mostrou ao governador Helder Barbalho os livros que estão sendo lançados no estamde e entregou a ele alguns exemplares dos premiados no edital literário "Prêmio Dalcídio Jurandir, que serão entregue no próximo sábado (04), na Arena Multivozes.

 

Panzera enfatizou que todo esse trabalbo é resultado da criação da Editora Pública Dalcídio Jurandir, criada em decreto assinado pelo governador Helder Barbalho na abertura da 23a Feira Pan-Amazônia do Livro e das Multivozes, em 24 de agosto de 2019.

 

Panzera também destacou o trabalho intenso da equipe, as oficinas do Portal do Conhecimento e os lançamentos dos três livros como fatores imprescindíveis da participação da Ioepa na Feira do Livro, que segundo ele coroaram “um trabalho de meses atrás, e prepara o espírito e o fôlego para mais quatro dias de aventuras em torno do livro”.

 

Programação - Pela manhã, houve a oficina de história em quadrinhos, com Maick Pinheiro, e na abertura da programação da tarde ocorreu a exposição “Infâncias Violadas”, com ilustrações de diversas campanhas de combate à violência sexual contra crianças e adolescentes e de combate ao trabalho infantojuvenil.

 

 

Com 248 páginas e um vasto conteúdo para professores, educadores, pais e sociedade em geral, o livro “Trabalho infantil: uma análise do discurso de crianças e de adolescentes da Amazônia paraense em condição de trabalho” foi o primeiro lançamento do estande da Ioepa. A obra é resultado da tese de doutorado defendida pela professora e pesquisadora da Universidade Federal do Pará (UFPA), Ana Paula Vieira e Souza, em 2014.

 

 

Hoje, Ana Paula é pesquisadora do Programa de Pós-Graduação, Saberes e Linguagens do campus da UFPA em Bragança, no Nordeste do Pará, mas informa que as pesquisas foram desenvolvidas desde 2007. “Eu escuto crianças. Não importa o que elas falam, eu escuto, e não interessa o que o adulto diz nessas interações, o trabalho infantil não é bom”, disse a pesquisadora, durante o lançamento do livro, que poderá ser adquirido também com a própria autora.

 

 

Segundo ela, no discurso da burguesia a criança precisa trabalhar pra não ficar no ócio, mas isso é “um portão para todas as formas de violência e nega o direito da criança e do adolescente de viverem plenamente a sua infância”. O livro custa R$ 40,00 e pode ser adquirido no estande da Ioepa.

 

Exercício literário - Às 16h30, o escritor e pesquisador J.R. Ribeiro lançou “Madona de Plácido – crônicas de uma cidade e seu orago”. Segundo o autor, se trata de um livro de crônicas da história de Belém e do culto a Nossa Senhora de Nazaré, e como essas duas coisas se uniram e criaram esse “imenso rio de gente” que é o Círio, em Belém. “O livro é um exercício literário que propõe uma imersão na história do culto a Nossa Senhora de Nazaré associado ao desenvolvimento da cidade de Belém”, explicou o autor.

 

 

Ele destacou ainda que o livro aborda a internacionalização da colonização da Amazônia, com gente de todo o mundo vindo para a região, influenciando e “criando” o “ser paraense” e a própria cidade de Belém. “Ingleses, franceses, açorianos, portugueses, negros do Congo e Guiné-Bissau, e muito mais gente veio pra cá e fez a Belém que conhecemos”, informou J.R. Ribeiro.

 

 

O autor disse ainda que Belém estava enclausurada na Cidade Velha, e em vez de crescer esparramada na frente do rio, a cidade tomou um rumo diferente. “Ela veio na direção da Basílica, e tu vais vendo que todo o desenvolvimento urbano da cidade vem nessa direção. Tanto que o bairro de Nazaré foi o primeiro a ter bonde elétrico, foi o primeiro a ter luz elétrica, o primeiro a ter água encanada, calçada de paralelepípedo importado da Europa”, acrescentou.

 

 

O livro, para o autor, se destina a todos que gostam de história e de uma narrativa universal. “As crônicas colocam Belém e Nossa Senhora em uma história universal, porque se tu imaginares que a imagem de Nossa Senhora vem de Jerusalém, passa 400 anos dentro de uma caverna na península ibérica e, de lá, o culto vem pra Belém nas caravelas, então há todos os elementos de uma história única e também reconhecível”, ressaltou. O livro “Madona de Plácido” tem 308 páginas e custa R$ 50,00.

 

Memórias – Para encerrar o dia, às 21 h, foi lançado o livro “Crônicas de Baião”. A obra tem 370 páginas e reúne crônicas de sete autores de diferentes gerações, que narram suas memórias, impressões e vivências, tendo como referência central o cotidiano, os costumes, os personagens, o folclore e a cultura da cidade paraense de Baião, no Baixo Tocantins.

 

 

Os cronistas Antônio Fernando Ramos, Jonas Favacho, José de Souza, Josias Coutinho Favacho, Patricia Viégas, Rosinaldo Borges e Thais Pontes usam uma linguagem simples, muitas vezes se utilizando da prosódia e do sotaque típico dos caboclos da região, para narrar as crônicas, essencialmente memorialísticas.

 

 

Jonas Favacho disse que o objetivo é tornar populares as histórias contadas pelo povo. Para ele, o “contar histórias deve se tornar uma prática, com as pessoas relatando suas vivências e as crônicas de seu tempo. Os personagens que estão aqui no livro não morrem mais”.

 

 

Segundo o coordenador da Editora Pública Dalcídio Jurandir, Moisés Alves, foi uma satisfação editorar e publicar o livro. “As crônicas fazem um resgate do folclore, das manifestações artísticas e das demonstrações culturais e literárias de Baião. É um resgate da memória e da história daquele município, que se confunde com a história da construção do Estado do Pará e da região”, afirmou Moisés Alves. “Crônicas de Baião” tem 370 páginas, custa R$ 40,00 e está à venda nas lojas da Imprensa Oficial do Estado, na banca do Alvino e com Antônio Fernando Ramos.

 

 

*Com informações de Railidia Carvalho e Julie Rocha

 

Texto: Ailson Braga - Ascom/Ioepa


Fonte: Agência Pará